Com as obras paralisadas desde 2014, a unidade de fertilizantes que pertencia a Petrobras, UFN3, localizada em Três Lagoas, recebeu proposta de reabertura em reunião realizada no começo da semana entre autoridades bolivianas e brasileiras. Com 81% já construído e com investimentos de mais de R$ 4 bilhões, para o funcionamento do empreendimento, será utilizado, como fonte de energia, o gás natural, com um consumo estimado em 2,2 milhões m3/dia. Nesse encontro também foi negociado o fornecimento de gás natural para a Araucária Nitrogenados S.A (Ansa), outra unidade de fertilizantes subsidiária integral da Petrobras, instalada no Paraná.

 

De acordo com o diretor-presidente da Companhia de Gás do Estado de Mato Grosso do Sul (MSGAS), Rudel Trindade, durante o encontro aconteceram intensos debates sobre o fornecimento de gás natural para viabilizar o funcionamento do empreendimento em Mato Grosso do Sul. “Tivemos longas e minuciosas conversas sobre a proposta de empresas interessadas em solicitar o fornecimento de gás natural para a UFN3, a partir de 2021. E o principal, a Bolívia não se opôs ao fornecimento demandado”, explicou Trindade.

 

Os bolivianos estimam que após 2021 e seguindo um cronograma a ser estabelecido, deverão ser abastecidos via Gasbol: a Ansa, com 1,7 milhões de m3/ dia e a UFN3, com 2,2 milhões m3/dia.

 

De acordo com as autoridades bolivianas, há uma preocupação em relação a uma possível competição de ureia no mercado de Mato Grosso do Sul, uma vez que os bolivianos já estão em negociação para exportar mais ureia para nosso País e ampliaram a produção com a unidade de fertilizantes de Bulo Bulo.

 

Segundo o diretor-presidente da MSGÁS, os potenciais compradores da Unidade consideram que o mercado brasileiro de fertilizantes tem demanda mais do que suficiente para absorver a produção da UFN3, da Ansa e de Bulo Bulo.

 

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destacou que “para nós, além de ser de suma importância que a obra seja finalizada, é interessante que o gás continue sendo importado da Bolívia e é por isso estamos intermediando conversas entre os possíveis compradores, o país vizinho e a estatal brasileira, que precisa definir quanto vai importar de gás a partir de 2019, para que os próximos passos sejam dados”.

 

Já o secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, ressaltou a importância de manter um bom relacionamento com o país vizinho. “Já temos outras agendas com a Bolívia e conseguir avançar nessa questão do gás natural sem dúvida é de grande valia para as relações internacionais, e principalmente para a infraestrutura de Mato Grosso do Sul”, ponderou.

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