Eleitores do meio rural afirmam que, ao lado da expectativa pelas eleições do próximo final de semana, quando serão votados os candidatos para ocupar cargos municipais, há desânimo. Isso porque a comunidade agrícola representa 15% da população brasileira e, cada vez mais, jovens migram para as cidades, reduzindo ainda mais a representatividade destes eleitores. Na opinião da produtora aposentada Sônia de Freitas, falta investimentos para o campo.

– A maioria dos meus parentes e amigos vive o mesmo cenário. Todos foram embora, porque não tinham condições para ficar. O produtor rural é o ultimo da fila e, infelizmente, é o que menos tem valor. Acho que os políticos deveriam olhar um pouco mais para a zona rural. O pessoal está aí trabalhando e consegue nada, porque nada do que ele produz tem valor – afirma.

Para a especialista em eleições Jaqueline Quaresemin, boa parte das prefeituras não se interessa pelo meio rural. O foco, segundo ela, é o cidadão urbano. Isso ocorre porque, do ponto de vista eleitoral, diz Jaqueline, o percentual de eleitores no campo é muito pequeno. Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 10 anos, dois milhões de pessoas se mudaram pra cidade.

– As administrações municipais só dão maior atenção à questão da pequena propriedade rural ou da agricultura rural quando os municípios são essencialmente rurais. Não é o caso da maioria. Eles têm uma parte rural e mista e uma área de urbanização muito grande. Tem que começar a focar na pequena propriedade, na agricultura familiar e na agricultura sustentável, porque elas respondem hoje por cerca de 4,1 milhões dos empreendimentos rurais no país. Isso é muito significativo. Representa 85% dos empreendimentos rurais no país – opina.

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