Mato Grosso do Sul será o primeiro estado do país a ter mapas detalhados para orientar atividades agropecuárias para orientar o plantio de culturas em cada município, reduzindo as possibilidades de perdas em decorrência de problemas climáticos ou inadequação do solo e aumentando consideravelmente a quantidade e qualidade dos produtos colhidos.

Conforme o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o que coloca o Estado na vanguarda do uso da tecnologia como parceira da agroecologia.

Álvaro Rezende/Semadesc

Agropecuária: Mato Grosso do Sul será o primeiro estado do país a ter mapas detalhados

Secretário da Semadesc, Jaime Verruck


“O Zoneamento Agroecológico vai permitir que o agricultor saiba em que época do ano e em qual localidade o solo é apropriado para plantar algodão, ou melancia, ou ainda frutas, considerando não só as características do solo, mas a capacidade de retenção de água, a distribuição de chuvas durante o ano. Isso aumenta muito a chance de acertar. Ou seja: permite estimar o risco climático e otimizar o plantio das diferentes culturas agrícolas. O Estado terá um calendário agrícola de alta precisão”, ponderou Verruck.

A Semadesc firmou convênio com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para realizar as análises de solo, fazer o cruzamento de informações e desenvolver as ferramentas para disponibilizar esses dados ao público. Esse convênio é de 2016 e compreende a segunda parte do estudo que abrange a Bacia do Rio Paraná. Na Bacia do Rio Paraguai o trabalho de campo já havia sido feito entre os anos de 2004 e 2008, mas não teve prosseguimento, sendo retomado oito anos depois.

Para se chegar a essa gama de informações, o território sul-mato-grossense foi dividido pelo tipo de solo predominante é indicado locais onde deveria ser feita coleta de amostras para submeter a análises. Na Bacia do Rio Paraguai foram feitas coletas em 1.160 pontos e na Bacia do Rio Paraná, outras 1.400 coletas, conta o engenheiro agrônomo Carlos Henrique Lemos Lopes, responsável técnico pelo projeto na Semadesc. Todo material coletado foi encaminhado ao Laboratório de Solos da Faculdade de Agronomia da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP de Piracicaba (SP) para definir as características físicas e químicas de cada solo.

As coletas foram feitas por meio de trado, uma ferramenta específica para perfuração manual, e retiradas amostras de várias camadas até a profundidade de 1,5 metros. Para se ter uma ideia da complexidade do estudo, além desses pontos de coletas, em espaços maiores foram abertas trincheiras medindo 2 metros de comprimento, 1,5 metro de largura por 2 metros de profundidade, que possibilitam uma análise mais aprofundada do solo.

Nessas amostras – que são analisadas no Laboratório da Embrapa Solos do Rio de Janeiro – são verificadas a densidade, permeabilidade e capacidade de infiltração de água e também o estoque de carbono orgânico existente no solo. Na Bacia do Rio Paraguai foram abertas 250 trincheiras e na Bacia do Rio Paraná estão sendo abertas outras 300. Cabe ressaltar que não foram coletadas amostras do solo da planície pantaneira, que é Área de Uso Restrito estipulada por lei, sendo proibida a exploração de diversas atividades econômicas – inclusive agrícolas. Governo MS 

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