Alta sustentada pela exportação e escassez de boi jovem anima mercado e preços do boi gordo continua subindo pelo país, cenário esse que deve permanecer ao longo dessa primeira quinzena de junho.

O mercado físico do boi gordo iniciou o mês de junho com retomada de fôlego e valorização consistente em importantes praças pecuárias do Brasil. Nesta terça-feira (3/6), a arroba superou a marca simbólica dos R$ 310 em São Paulo, reflexo de escalas de abate mais curtas, boa demanda internacional e oferta restrita de animais jovens, segundo analistas.

De acordo com Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a principal dificuldade enfrentada pelos frigoríficos é encontrar bois jovens prontos para o abate, cenário que contribui diretamente para a elevação dos preços.

“A oferta de fêmeas, especialmente vacas gordas, ainda existe em diversas regiões, mas é o apetite das exportações que vem sustentando essa reação no mercado”, explica Iglesias.

Cotações do boi gordo atualizadas, São Paulo lidera valorização Segundo os dados mais recentes da Safras & Mercado, os preços a prazo da arroba do boi gordo ficaram assim:


  • São Paulo: R$ 310,92 (ante R$ 308,75 no dia anterior)
  • Mato Grosso do Sul: R$ 306,14
  • Mato Grosso: R$ 302,84
  • Minas Gerais: R$ 293,82
  • Goiás: R$ 291,43

A Scot Consultoria também apontou avanço nos preços na capital paulista.

O boi “comum” subiu para R$ 305/@, enquanto o “boi-China”, com padrão de exportação, alcançou R$ 308/@. Para as fêmeas, a valorização foi de R$ 2/@, cotadas entre R$ 277/@ e R$ 290/@.

Exportações impulsionam a recuperação As vendas externas seguem como motor de sustentação dos preços no mercado interno. Iglesias observa que o desempenho dos embarques está “extremamente positivo”, projetando inclusive um possível recorde histórico de exportações brasileiras de carne bovina em 2025.

Atacado firme, mas varejo ainda cauteloso Apesar da recuperação nos preços do boi gordo, o mercado atacadista mantém estabilidade, com leve expectativa de reação nos próximos dias.

A entrada dos salários pode estimular a reposição entre atacado e varejo, mas a recente queda nos preços do frango ainda não refletiu de forma expressiva nas gôndolas dos supermercados.


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