O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), abordou a proposta do governo de taxar os rendimentos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) durante uma coletiva à imprensa. Ele garantiu que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assegurou que não há compromisso com a aprovação dessa medida, que está sendo discutida. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se manifestou, afirmando que está ouvindo as reações do setor agrícola em relação à taxação.


Lupion e outros membros da bancada ruralista expressaram preocupações sobre o impacto que essa tributação pode ter no setor, especialmente em um momento em que os custos de produção já estão elevados. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou que muitos agricultores enfrentam dificuldades financeiras, o que pode levar a uma redução na produtividade, caso não consigam investir adequadamente na safra.

Tereza Cristina também enfatizou que a cobrança de imposto de renda sobre as LCAs prejudicará a formulacão do Plano Safra, uma vez que essas letras são uma das principais fontes de recursos para o crédito rural no Brasil. Ela discordou da afirmação do ministro da Agricultura de que a medida não terá impacto, argumentando que qualquer diminuição na atratividade das LCAs afetará diretamente as fontes de financiamento disponíveis.


Além disso, a proposta de taxação das LCAs pode resultar na convocação do ministro Fernando Haddad para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, conforme solicitado pelo presidente do colegiado, Rodolfo Nogueira (PL-MS). Nogueira argumentou que a taxação pode encarecer o crédito rural, prejudicando o acesso dos produtores a financiamentos essenciais.

A bancada ruralista está preocupada com a proximidade do anúncio do novo Plano Safra, programado para entrar em vigor em 1º de julho, e alerta que a discussão sobre a taxação pode atrapalhar sua elaboração. Lupion classificou a proposta de taxação como um "golpe duro no agro" e uma tentativa de aumentar a arrecadação sem considerar a necessidade de cortes de gastos.


Os debates sobre a taxação das LCAs e o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) continuam a gerar tensão entre os representantes do setor agropecuário e o governo, com a expectativa de que novas reuniões e negociações ocorram nos próximos dias para buscar uma solução que atenda aos interesses dos produtores.

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